Para (quase) tudo é preciso que estabeleçamos critérios,
referências e acordos. Sem isso surgirão discordâncias acerca de quaisquer
temas, gerando discussões intermináveis sem um ou outro lado tenha razão. Sim,
pois se não há referências nem critérios previamente acordados, a fim de que se
defina o que vale e o que não vale, como estabelecer com quem está a razão?
Melhor um exemplo? Perfeitamente, vamos lá:
Uma vez estabelecida e acordada socialmente a referência
sobre a definição de mãe, assim explicitada: “mãe é quem cria, não quem gera”
será consenso, que todas, adotivas ou biológicas – em alguns casos até “pãis” –
deverão ser homenageadas e louvadas na data reservada à lembrança da figura
materna. Cheguei a me deparar, no último segundo domingo de maio, com uma
propaganda de ração: “Mãe de pet também é mãe! Parabéns!”
Seguindo essa linha de raciocínio, lembro que no próximo dia
8 de março comemoraremos o Dia Internacional da Mulher. Pois bem, pensando em
contextos atuais é fundamental que se criem referências e critérios aceitos
pela maioria das pessoas ou pelo menos, que sejam formalizadas legalmente, para
que possamos parabenizar todas as mulheres, sejam biológicas ou não, segundo
tais critérios referenciais. Até para acabar com discussõezinhas tolas sobre temas
dispensáveis, como: mulheres trans devem ganhar parabéns, flores,
lembrancinhas, beijinhos, jantares, etc., no Dia Internacional da Mulher? Uns
dizem que sim, outros relutam e dizem que não.
Se mãe é mãe, tenha parido ou não, desde que dedique sua
vida à criação de outro ser humano, acolha-o com carinho, amor, alimente, oriente
e proteja, até que mesmo à idade adulta continue a enxergá-lo como seu bebê,
então deduzo:
seja você genotípica e fenotipicamente classificada cientificamente
como sendo do sexo feminino ou não, se você se comporta como mulher, se enxerga
como uma, é guerreira como sempre foram e são as mulheres, que enfrentam
discriminações diversas, atitudes machistas, que trabalham duramente pelo
próprio sustento ou pela manutenção física e pelo equilíbrio psicológico de seu
lar e de sua família, mais ainda, se você luta pelos seus direitos e ainda
consegue fazer tudo isso e muito mais sem perder a sensibilidade, a capacidade
de amar e a esperança de que amanhã será melhor, então, você merece meus parabéns,
não a cada ano e somente no dia 8 de março, mas todos os dias do ano.
Diante disso, registro aqui meus parabéns para todas vocês
mulheres, trans - mulheres, mulheres homossexuais, heterossexuais, bissexuais e
que tenham todo e qualquer subtítulo que queiram conferir ao título principal:
mulher.